http://aviagemdeulisses.blogspot.com
*Imagem da autora, foto do Pepe em Porciúncula, Campeonato Carioca de 1986
Faz anos, décadas que não vôo mais.
Mas alguns aprendizados ficaram para sempre e os trouxe para a vida.
Coisas como buscar sempre a segurança, porque o risco existe sempre e temos que evitá-lo ao máximo. Controlar metodicamente as variáveis, vigiar sempre, é mandatório.
Buscar o horizonte sem nunca olhar para baixo e correr com todas as suas forças, é isso que permite a decolagem. Não vacile, não titubeie! Mire no objetivo e corra para ele.
O medo é fruto de desconhecimento. Aprimorar-se, praticar, treinar traz confiança e tranquilidade. Amplie os conhecimentos sempre! Conheça perfeitamente os próprios limites e quando possível, adquira as habilidades para ampliá-los.
Respeite seus companheiros de aventura, respeite a si e ao outro. Dê prioridade para quem tem, ocupe seu espaço com honestidade, seja solidário, preste socorro. Trate o outro como você quer ser tratado.
A Natureza é maior do que nós. Não combata as suas forças. Seja simbiótico, aprenda sobre e com ela. Aí você entende que faz parte do todo. Aí você entende que a sua força deriva dela.
Aproveite os ventos, aproveite o vôo. É uma experiência irrepetível! A paisagem nunca mais será a mesma. E se a condição não for favorável, se os ventos forem de cauda, aprecie a vista ou vá surfar. Haverá sempre algo que você poderá fazer e que a condição será perfeita. Seja flexível e considere as possibilidades. Carpe diem!
Já afirmou Leonardo da Vinci que quem experimentou o vôo caminha olhando para o céu, porque é para lá que quer voltar. É verdade. Até hoje vejo as cloud-streets e me imagino nelas. Até hoje observo os ventos, quase automaticamente. Até hoje sonho a leveza concreta, porque até o ar tem consistência.
Viver é uma metáfora do vôo: há sempre uma rampa nova, mais alta, desconhecida. Há sempre a chance de um vôo superlativo, de uma ascendente, ou de uma CB, ou mesmo de um “crash” no pouso. Há sempre um risco e o prazer de saber que se esteve lá. Cabe a cada um traçar o seu plano e decolar.
Ou não.