Tópico difícil...
Entre piores e melhores, o brasileiro é tipicamente machista. Fato. Apesar de ser uma característica do gênero masculino, existem sociedades mais e outras menos machistas, e nestas, homens menos ou mais machistas.
Entender-se machista é um processo de iluminação que também independe do social e/ou etário. Envelhecer, no meu caso, está trazendo uma maturidade que tem, por consequência, a compreensão do quanto a sociedade molda nossas mentes até para se gabar de não ser machista e sim feminista como um estandarte. Ledo engano.
A postura dos movimentos das minorias concomitante com os movimentos holistas de inclusão destas, é tão cristalina e óbvia quanto ao movimento feminista (desde o início da civilização, diga-se de passagem).
O homem que desce a máscara e assume humildemente sua criação e inclinação ao domínio, começa realmente a se libertar. E é sim, uma libertação. É uma pena que nós homens, sejamos obliterados de forma tão radical em sermos os provedores de uma família, que somente quando nos livramos deste peso, possamos vislumbrar, uns 10% talvez, do estrago que potencialmente podemos fazer.
Envelhecer pode ser a oportunidade para aprender o que é ser mulher, ainda estou tentando compreender o mundo feminino, deve ser muito foda. Mas acho que estou progredindo, não consigo mais aceitar argumentos machistas - seja com quem for, sem me exasperar, desperta a minha ira, está abaixo de minha compreensão.
Aceitar a vergonha de ter errado diversas vezes, assumir a culpa, compreender que o tal estandarte não nos exime das consequências de nossos atos. Aprendo que não existem desculpas por uma suposta e benévola ignorância, o que pode existir é cegueira, prepotência. Um destes momentos foi quando a Rose me disse que conversava com sua barriga à noite, quando saía do quarto para que eu pudesse dormir, acariciando a barriga em sua revolta com a insensibilidade egoísta de um macho. É uma confissão, de muitas que ainda tenho que fazer quando percebo o mal que provoquei, e a desculpa da ignorância não me redime, não para mim, nem deve redimir ninguém, a consciência tem que desmistificar o macho para que aprendamos a viver em sociedade.
Mas, como meus hormônios ainda mexem com meu cérebro, Rose sempre me alerta para novas visões e corrige meus comportamentos onde preciso ainda trabalhar. Ser macho, no sentido pior do machismo é um estigma social/educacional/geracional/“blabla”al de separação de sexos em atividades e comportamentos que não possuem um fundamento humanista, digno.